Semana 5 / ESC 7 Semana 5 / ESC 7
O pensamento de Karl Marx mudou radicalmente a história política da humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população do mundo empreendeu a revolução socialista, na intenção de coletivizar as riquezas e distribuir justiça social.
Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, na Renânia, então província da Prússia, em 5 de maio de 1818. Primeiro dos meninos entre os nove filhos de uma família judaico-alemã, foi batizado numa igreja protestante, de que o pai, advogado bem-sucedido, se tornara membro, provavelmente para garantir respeitabilidade social. Depois de estudar em sua cidade natal, em 1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn, onde participou da luta política estudantil.
Na Universidade de Berlim, para a qual se transferiu em 1836, começou a estudar a filosofia de Hegel e juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos. Tornou-se membro de uma sociedade formada em torno do professor de teologia Bruno Bauer, que considerava os Evangelhos narrativas fantásticas suscitadas por necessidades psicológicas.
Com uma posição política que se identificava cada vez mais com a esquerda republicana, Marx em 1841 apresentou sua tese de doutorado, em que analisava, na perspectiva hegeliana, as diferenças entre os sistemas filosóficos de Demócrito e de Epicuro. Nesse mesmo ano concebeu a idéia de um sistema que combinasse o materialismo de Ludwig Feuerbach com o idealismo de Hegel. Passou a colaborar no jornal Rheinische Zeitung, de Colônia, cuja direção assumiu em 1842. No ano seguinte, Marx casou-se com Jenny von Westphalen e, logo após, sua publicação foi fechada.
O casal mudou-se para Paris, onde Marx entrou em contato com os socialistas. Em 1845, expulso da França pelo governo, estabeleceu-se em Bruxelas e iniciou a duradoura amizade e colaboração com Friedrich Engels. Die heilige Familie (1845; A sagrada família) e Die deutsche Ideologie (1845-1846, publicada em 1926; A ideologia alemã) foram as primeiras obras que escreveram a quatro mãos. Nessa época, Marx trabalhou em diversos tratados filosóficos contra as idéias de Bruno Bauer e do socialista utópico Pierre-Joseph Proudhon, e em 1848 redigiu, com Engels, o Manifest der Kommunistischen Partei (Manifesto comunista), resumo do materialismo histórico, em que aparecia pela primeira vez o famoso apelo à revolução com as palavras "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Depois de participar do movimento revolucionário de 1848 na Alemanha, Marx regressou definitivamente a Londres, onde durante o resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter a família. Em 1852 escreveu Der 18 Brumaire des Louis Bonaparte (O 18 Brumário de Luís Bonaparte), em que analisa o golpe de estado de Napoleão III do ponto de vista do materialismo histórico. Sete anos depois, publicou Zur Kritik der politischen Ökonomie (Contribuição à crítica da economia política), seu primeiro tratado de teoria econômica, e em 1867 o primeiro volume de Das Kapital (O capital), monumental análise do sistema socioeconômico capitalista, sua obra mais importante.
Marx voltou à atividade política em 1864, quando participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores. Como líder e principal inspirador dessa Primeira Internacional, sua presença se reafirmou em 1871, por ocasião da segunda Comuna de Paris, movimento revolucionário de que a associação participou ativamente e em que pereceram mais de vinte mil revoltosos. As divergências do anarquista Mikhail Bakunin, a partir de 1872, provocaram a derrocada da Internacional. Marx ainda participou em 1875 da fundação do Partido Social Democrata Alemão e em seguida retirou-se da atividade política para concluir Das Kapital. Apesar de ter reunido imensa documentação para continuar o livro, os volumes segundo e terceiro só foram editados por Engels, em 1885 e 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky, como quarto volume, entre 1904 e 1910. Karl Marx morreu em 14 de março de 1883, em Londres.
Karl Marx Friedrich Engels
Protetor e principal colaborador de Karl Marx, Engels desempenhou papel de destaque na elaboração da doutrina comunista. De grande capacidade intelectual, conhecia muitas línguas e especializou-se em temas como as nacionalidades, política internacional, assuntos militares e ciências.
Friedrich Engels nasceu em Barmen, cidade renana da Prússia, em 28 de novembro de 1820. Pertencia a uma família de abastados industriais, de idéias liberais e fé protestante. Freqüentou a escola secundária em sua cidade natal, mas não terminou os estudos. Por imposição do pai, teve de dedicar-se aos negócios familiares e residiu durante três anos em Bremen, onde trabalhou nos escritórios de uma empresa de exportação. Nessa cidade, entrou em contato com os Jovens Alemães, grupo de escritores liberais e revolucionários, entre os quais figurava o poeta Heinrich Heine. Engels logo juntou-se aos Jovens Hegelianos, entre os quais figuravam o teólogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner.
Foi em Bremen que Engels iniciou sua brilhante carreira de jornalista, sob o pseudônimo de Friedrich Oswald. Graças a seus artigos, ingressou posteriormente no círculo hegeliano de Berlim, onde adquiriu fama de dialético profundo e incisivo, sobretudo por seus ataques à religião. Também em Berlim, fez amizade com Moses Hess, que o iniciou no comunismo e o convenceu de que essa teoria era a conseqüência necessária da dialética hegeliana.
Em 1842 transferiu-se para a Inglaterra, onde esperava que se produzisse a revolução, por ser o país mais avançado industrialmente. Ali viveu algum tempo, dedicado a seus negócios, enquanto tomava contato com os líderes radicais e estudava a situação social do país. Em 1844, durante uma breve permanência em Paris, iniciou a amizade e a colaboração com Marx, que conhecera antes em Colônia. Publicou em 1845 Die Lage der arbeitenden Klasse in England (A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra) e, pouco depois, escreveu com Marx Die deutsche Ideologie (1845; A ideologia alemã), publicada em 1938.
Mudou-se para Bruxelas e abraçou o materialismo histórico, que Marx fazia pouco havia formulado. Em Paris, fez contato com grupos de imigrantes alemães e com socialistas franceses e, em 1847, organizou a Liga Comunista, oriunda de uma sociedade secreta chamada Liga dos Justos. Em 1848 apareceu o Manifest der Kommunistischen Partei (Manifesto comunista), elaborado em colaboração com Marx. A participação de Engels no fracassado movimento revolucionário desse mesmo ano, em Barmen e no Platinado, obrigou-o a exilar-se da Alemanha. Residiu sucessivamente na Itália, na Suíça e por último na Inglaterra, onde dirigiu uma empresa têxtil, ao mesmo tempo em que colaborava estreitamente com Marx na estruturação e difusão do movimento comunista.
Engels escreveu numerosos artigos em jornais, que apareceram primeiro assinados por Marx e depois com o nome de seu autor e o título geral de Revolution and Counter-Revolution in Germany in 1848 (Revolução e contra-revolução na Alemanha em 1848). Em 1878, Engels decidiu abandonar definitivamente sua atividade comercial para dedicar-se por completo à difusão da doutrina comunista em jornais e revistas e aos contatos com dirigentes socialistas nos principais países europeus. Participou, também, da criação e organização da Associação Internacional dos Trabalhadores e, depois da morte de Marx, em 1883, completou os volumes II e III de Das Kapital (O capital), que o autor não pudera concluir.
Friedrich Engels escreveu algumas das principais obras que contribuíram para a sistematização do materialismo dialético e histórico. Entre elas figuram Der deutsche Bauernkrieg (1850; A guerra dos camponeses alemães), Anti-Dühring (1878), Ludwig Feuerbach und der Ausgang der klassischen deutschen Philosophie (1888; Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã) e Der Ursprung der Familie, des Privateigenthums und des Staats (1884; A origem da família, da propriedade privada e do estado). Engels morreu em Londres, em 5 de agosto de 1895.
Bibliografia: Enciclopédia Barsa.
Estes dois grandes amigos lutaram pelos mesmos ideais defendendo a doutrina Comunista.
Segundo Marx, o comunismo o Comunismo consiste numa reunião de homens livres trabalhando com meios de produção comuns e despendendo, a partir de um plano combinado, suas numerosas forças individuais como uma única e mesma força de trabalho social.
Não é conseqüência dos homens que determina o seu ser, mas ao contrário é o seu ser social que determina sua consciência.
Marx e Engels mantiveram por escrito um intercâmbio permanente de idéias desde a publicação de seu genial esboço de uma Crítica das Categorias Econômicas.
A história de toda sociedade até hoje tem sido a história das lutas de classe. Desde as épocas mais remotas da história, encontramos em praticamente toda parte, uma complexa divisão da sociedade em classes diferentes, uma gradação múltipla das condições sociais.
Com relação à família, Marx mostrava-se um pai amoroso, meigo e indulgente. “Os filhos deviam educar os pais”. _ Costumava dizer.
Engels era, por assim dizer, um membro da família Marx. As filhas de Marx chamavam-no de segundo pai. Ele era o alter-ego de Marx.
Ambos foram a personificação do ideal de amizade retratado pelos poetas da antigüidade. Desde a mocidade desenvolveram-se juntos e paralelamente, viveram em íntimo companheirismo de idéias e sentimentos e compartilharam a mesma agitação revolucionária.
Certa vez uma das filhas de Marx apresentou-lhe um questionário. As respostas dadas por Marx retratam muito bem a personalidade do pensador. Vou citar algumas:
A qualidade que você mais aprecia? Nas pessoas a simplicidade, nos homens, a força, nas mulheres a fraqueza.
Sua idéia de felicidade? A luta.
Sua idéia de desgraça? A submissão.
As idéias nada podem realizar. Para realizar as idéias são necessários homens que ponham a funcionar uma força prática.
Com certeza Marx e Engels foram homens com esses ideais.
Bibliografia : O Pensamento Vivo de Marx.